sábado, 16 de janeiro de 2010

Opção para o jantar
 
   Ele, bife de panela. Básico, com muito tempero. Ela, lasanha bolonhesa com muito queijo e orégano por cima. Simples, saborosa e inesquecível. O cardápio foi aberto, hora do jantar. Muita gente disponível e atraente naquela festa.
  De entrada uma bebida. "Cerveja?" Ele a ofereceu. Ela não estava bebendo por motivos de saúde, o que chamou atenção do rapaz que prosseguiu  com a conversa. Ela estava com a boca aguando, fazia tempo que não se lambuzava com um pedaço de carne e aos seus olhos, ele, naquela noite, era filé mignon ao molho madeira.
  Ele era muito simpático e espirituoso, não parecia faminto, tinha jeito de quem valorizava um carne de boa procedência, não se contentava com qualquer petisco, para ele, refeição era sagrada.
  Ela o levou no papo até a pista de dança. Primeira garfada, rasa. Ela não satisfeita o puxou na parede. E foi de salivar, beijo de tirar o fôlego.
  Após se deliciarem, cada um voltou a seu grupo de origem, afinal, ela nunca foi do tipo que se concentra apenas em um sabor.
  Só que a carne daquele rapaz tinha um tempero especial de comida caseira, ele tinha um paladar que a desconcentrava dos demais. Fato que a surpreendera. Mas ela não quis prestar atenção em seu sentido. A gula e o hábito de buscar novos sabores, o deixou partir.
  24 horas depois quando a fome bateu novamente, ela já não tinha mais disponível aquela refeição completa de olhos castanhos. O tempo passou, o cardápio foi modificando de acordo com os dias. Ela ficou com o sabor na memória, mas ele nunca mais apareceu como opção.

A.W.

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