quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

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quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Sozinha

Meu corpo pesa, as lágrimas insistem.
Tristeza sem fim,
Recaída.
Nunca foi tão difícil
Estar sozinha.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Hoje,
Em meio muitas lágrimas
Revelou-se:
Carreira tem valias,
Não preenche a alma.

E de cabeça cheia
O coração pede socorro.

Liberdade?
Para quê?
Não se pode fugir de si.

sábado, 23 de janeiro de 2010

" Mesmo que você não esteja aqui.
O amor está aqui.
Agora."(Sérgio Britto e Paulo Miklos) 
 

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

- Alô?
- Oi, sou eu!
- Oi!Como vai?
- Bem... Feliz aniversário!
- Valeu.
(pausa)
- Está fazendo o quê?
- Tem um amigo aqui, acho que vamos beber.
- Juízo!
- Pode deixar.
(pausa)
- Queria te ver
- Eu também.
- Te dar um abraço hoje, sabe?
- Sei.
(pausa)
 Saudades.
- Acho que também.
Se cuida.
- Você também!
(pausa)
- Então tá... Parabéns, novamente.
- Muito obrigado.
- Por quê?
- Por ligar.
- Nada.
(pausa)
- Valeu por lembrar de mim.
- Beijo.
- Beijos.
(pausa)
- Tchau!
- Tchau.

A.W.

sábado, 16 de janeiro de 2010

Opção para o jantar
 
   Ele, bife de panela. Básico, com muito tempero. Ela, lasanha bolonhesa com muito queijo e orégano por cima. Simples, saborosa e inesquecível. O cardápio foi aberto, hora do jantar. Muita gente disponível e atraente naquela festa.
  De entrada uma bebida. "Cerveja?" Ele a ofereceu. Ela não estava bebendo por motivos de saúde, o que chamou atenção do rapaz que prosseguiu  com a conversa. Ela estava com a boca aguando, fazia tempo que não se lambuzava com um pedaço de carne e aos seus olhos, ele, naquela noite, era filé mignon ao molho madeira.
  Ele era muito simpático e espirituoso, não parecia faminto, tinha jeito de quem valorizava um carne de boa procedência, não se contentava com qualquer petisco, para ele, refeição era sagrada.
  Ela o levou no papo até a pista de dança. Primeira garfada, rasa. Ela não satisfeita o puxou na parede. E foi de salivar, beijo de tirar o fôlego.
  Após se deliciarem, cada um voltou a seu grupo de origem, afinal, ela nunca foi do tipo que se concentra apenas em um sabor.
  Só que a carne daquele rapaz tinha um tempero especial de comida caseira, ele tinha um paladar que a desconcentrava dos demais. Fato que a surpreendera. Mas ela não quis prestar atenção em seu sentido. A gula e o hábito de buscar novos sabores, o deixou partir.
  24 horas depois quando a fome bateu novamente, ela já não tinha mais disponível aquela refeição completa de olhos castanhos. O tempo passou, o cardápio foi modificando de acordo com os dias. Ela ficou com o sabor na memória, mas ele nunca mais apareceu como opção.

A.W.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Hamlet em um domingo até que razoável
Chove desde cinco da tarde e eu devia estar satisfeita.
Não é o que acontece, pois tem uma festa de criança no prédio ao lado. Torço por domingos de chuva, mas imaginar um bando de criancinhas socadas num salão fechado, tendo pula-pulas ensopados do lado de fora, tudo por minha culpa, estraga meu momento.
Não tanto quanto a trilha sonora da festa, que vem violentando meus ouvidos há horas. Então, acho, estamos empatados. Eu e as criancinhas. Posso me deliciar com a reconfortante sensação de que não há nada mesmo para fazer nesse domingo chuvoso, e elas estão perdoadas pelo terrível gosto musical.
Quites. Todos com as mesmas devidas razões para estarem levemente aborrecidos com as coisas. No meu caso específico, aborrecimento não é nem o termo, já que sofro dessa síndrome, rara, de detestar finais de semana.
Assim, se começo minha ladainha, dificilmente paro antes de enumerar tudo o que há de insuportável nos dias. E receio ser tarde demais para evitar o assunto, agora que já usei adjetivos tão definitivos e rabugentos. Não custa, entretanto, antes, tentar me explicar: não, não sou inspirada pelo mal-estar. Jamais me permitiria ao vão masoquismo de cultivar dores para ser criativa.
É claro que eu adoraria estar refestelada em alguma canga, enchendo o quengo de caipirinha, sem em importar se a musica que preenche os espaços entre os corpos besuntados de protetor solar é vulgar, ou estimula ritmos que balançam panças e bundas frouxas, sexualizando o que há de menos sensual no mundo.
Seria muito mais fácil lidar com meu natural tédio domingueiro, caso conseguisse me agrupar em churrascos, eu sei. Mas eu seria, dessa forma, mais ou menos feliz, não sei. Tornar-me um organismo que se adapta, tipo o que comemora gols em bares, faria de mim alguém que prefere domingos ensolarados? Seria eu mais feliz se não fosse a que sou, virando adepta do coletivo festivo? Haveria menos infelicidade, em mim, se eu não percebesse as injurias cometidas, ou as traições dos interesseiros, e tudo o que o tempo traz de doloroso? Será que, para escapar da dor, devo logo abraçar a euforia da simples alegria de viver, e sair cantando refrões tolos pela própria felicidade da tolice?
Não, obrigada. Prefiro o tédio total ao conformismo preguiçoso da solução pelo coletivo.
Prefiro nunca mais ir a festas do que me embriagar da burrice que alivia. Mil vezes carregar na alma esse vazio, do que tentar moldar situações, e pessoas, idiotas, que caibam, por tempo limitado, nesse espaço vago. Que todos têm de nascença, ninguém escapa, pois, ora bolas, o que dói mesmo é ser sozinho no mundo, e isso é o que todos somos.
Porque amo tanto meu país, e minha língua, é que me assunto com a capacidade de nos desviarmos do que é premente. Muita alegria escancarada nessas bocas, sabe? Alguém mais se incomoda com isso, alem de mim? Heim? É muito triste sentir-se um espírito-de-porco, em meio a um exército de contentes.
Por exemplo, essas pessoas que fazem dos seus ciclos de separações e casamentos notícia que impulsionam trabalho. Não pode. A não ser, claro, que o seu trabalho seja casar e se separar. Uma restrição de ordem da estética, não ética. É Simplesmente feio anunciando o encontro de almas gêmeas que dura menos de uma novela. Não é legal com aqueles que ainda acreditam nessas máximas românticas. Com humanos normais, que sofrem os términos das relações, e se deparam com a facilidade com que as celebridades curam suas feridas.
Mais uma vez, penso: será que só eu reparo nisso? Gente, eu estou até hoje tentando me recuperar do fim do meu primeiro namoro. E esse povo bronzeado e feliz já está, pela centésima vez, anunciando ter encontrado o verdadeiro amor, na orla da praia! Serio: o problema é comigo?
Só eu estou atordoada por tentar educar crianças honestas, numa cultura que premia o oposto?
Enfim, e se me fosse ofertada a chance de não sofrer qualquer dor, aliviando os conflitos que a vida me trouxe, os amores que me largaram e deixaram mágoas tatuadas n’alma, e consequentemente solução para tal buraco que n’alma é feito? Antes de aceitar hesitaria, como um Hamlet desajeitado: caso seja através da lâmina fria de um punhal, o.k., mas se for para ficar anestesiada em meio ao coro dos contentes histéricos, jamais.
É preciso dor para ser feliz sem ser idiota.

(Fernanda Young)

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

"Já vi mil vezes cenas de filmes, livros e revistas. Tanto e tanto, que duvído delas"

(Caio F.)


terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Coração Vagabundo

Meu coração não se cansa
De ter esperança
De um dia ser tudo o que quer
Meu coração de criança
Não é só a lembrança
De um vulto feliz de mulher
Que passou por meus sonhos sem dizer adeus
Sem dizer adeus
E fez dos olhos meus
Um chorar mais sem fim
Meu coração vagabundo
Quer guardar o mundo
Em mim
Meu coração vagabundo
Quer guardar o mundo
Em mim

                                                                  (Caetano Veloso)

http://www.youtube.com/watch?v=f1PwHFZzOGg&feature=player_embedded

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

"Pensar no que está sendo, ou antes, não, não pensar, mas enfrentar e penetrar no que está sendo, é coragem."
(Caio Fernado Abreu)

sábado, 2 de janeiro de 2010


"Não posso recomeçar, porque tudo soaria falso e inútl."
                    (Caio F.)

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010