Para saber se o sabor de amanhã será doce como ontem
Finjo infância quando estou contigo. Cada cafuné, riso frouxo e fuga de decisões, revelam o não encarar a maturidade que nossos corpos suplicam. O mais próximo que aparento nossa geração, é uma adolescente desejosa que redige versos e canções de amor.
Sofro e suspiro por você. A saudade é tão intensa quanto o vazio da presença, vazio esse de uma juventude irresponsável e desmedida. Tudo é fruto da nossa destemida coragem, capaz de enxergar, mas permanece imóvel.
Minhas virtudes e pecados me encaminham a você, e são essas, que ao mesmo tempo, bloqueiam-me.
O tempo passa, corre o vento, o mar leva, a lua inspira e você sempre é o tema favorito das minhas inquietantes reflexões. Para além do meu ditador racional, meus desobedientes olhos brilham com e por você.
Decidida por uma afirmativa, já cansada de reticências, revelo que meus lindos dias sem suas mãos nas minhas, monocromatizam. E que as noites estreladas sem nossos corpos unos, serão apenas noites vazias.